Nosso patrono Alfredo Gomes. Foi Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II, em 1875. Estudou Medicina no RJ.Fundou no bairro de Laranjeiras, o Colégio Alfredo Gomes que funcionou até 1917 e por onde passaram várias gerações ilustres. Em 1896, foi professor de Francês,filosofia e literatura. Foi um autêntico obreiro da mentalidade nacional, e só isso bastaria para conferir-lhe especial admiração de seus compatriotas.
Objetivando
o reconhecimento da obra de Vinicius de Moraes e valorização de nossa
cultura neste semestre o Projeto Político Pedagógico de nossa Unidade
Escolar terá como tema:
"Vinicius de Moraes,um pouquinho de tudo."
Marcos Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913 e faleceu de uma isquemia cerebral em 9
de julho de 1980.
Seu time de coração: BOTAFOGO
Voz de Vinícius de Moraes
"No
Rio, a formação da identidade passa, também, pela eleição de um time de
futebol. O poeta, fiel à sua infância, escolhe o 'Botafogo Futebol
Clube'. Não frequenta os estádios. Não lê o noticiário. Não ouve as
transmissões pelo rádio. Mas, se perguntarem seu time, afirma:
'Botafogo'. Não se trata de uma paixão, mas de uma senha para a
cidadania." - Vinícius de Moraes, músico brasileiro e botafoguense.
Soneto dedicado ao ídolo de seu time: Mané Garrincha
O anjo das pernas tortas
A um passe de Didi, Garrincha avança Colado o couro aos pés, o olhar atento Dribla um, dribla dois, depois descansa Como a medir o lance do momento. Vem-lhe o pressentimento; ele se lança Mais rápido que o próprio pensamento Dribla mais um, mais dois; a bola trança Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento! Num só transporte a multidão contrita Em ato de morte se levanta e grita Seu uníssono canto de esperança. Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Goooool! É pura imagem: um G que chuta um o Dentro da meta, um 1. É pura dança!
Sua obra é vasta, passando pela
literatura, teatro, cinema e música.
Vinicius conta, canta e encanta a Escola Municipal Alfredo Gomes.
Divirta-se com alguns vídeos de obras destinadas ao público infantil.
Letra de suas poesias:
A Arca de Noé
Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata E abre-se a porta da arca
Lentamente surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca Vendo ao longe aquela serra
E as planícies tão verdinhas
Diz Noé: que boa terra
Pra plantar as minhas vinhas Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante E de dentro de um buraco
De uma janela aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece "Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta, e o tigre - "Não" A arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Entre os pulos da bicharada
Toda querendo sair Afinal com muito custo
Indo em fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida Longe o arco-íris se esvai
E desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Erguem-se os astros em glória Enchem o céu de seus caprichos
Em meio à noite calada
Ouve-se a fala dos bichos
Na terra repovoada.
Corujinha
Corujinha, corujinha
Que peninha de você
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei quê O seu canto de repente
Faz a gente estremecer
Corujinha, pobrezinha
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah, coitadinha
Que feinha que é você Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder Hoje em dia andas vaidosa
Orgulhosa como quê
Toda noite tua carinha
Aparece na TV
Corujinha, coitadinha
Que feinha que é você.
A Foca
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É pôr uma bola
No seu nariz Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha Quer ver a foca
Comprar uma briga?
É espetar ela
Bem na barriga Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo
Pra garotada Lá vai a foca
Subindo a escada
Depois descendo
Desengonçada Quanto trabalha
A coitadinha
Pra garantir.
Sua sardinha
A Casa
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero.
Sonetos de Vinícius de Moraes
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Soneto de aniversário
Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
Soneto do Amor como um Rio
Este infinito amor de um ano faz
Que é maior que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
Soneto da separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Soneto a quatro-mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Músicas
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Nossa homenagem a você que é
PAPAI
da família Alfredo Gomes!
" Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar Em cada despedida eu vou te amar Desesperadamente, eu sei que vou te amar E cada verso meu será Prá te dizer que eu sei que vou te amar Por toda minha vida. "